Às Crianças Mortas

6 de julho às 19h

Teatro Municipal de Niterói

ESPERO VOCÊS!

AGENDA JUNHO E JULHO

Olá a todos! Segue a minha agenda do mês de junho, meio atrasada é verdade, e por isso já adianto a do próximo mês. No domingo passado estreei  um espetáculo de contação chamado "Era uma vez" no evento Aqualume na Lagoa Rodrigo de Freitas. A direção é do grande contador de histórias Augusto Pessoa que divide a autoria do roteiro com Daniela Chindler. No elenco, além de mim está a minha amiga Virgínia Maria e também Jeane Dantas e Ricardo de Sá. O espetáculo conta com quatro histórias no total: "Ananse - o homem aranha"; "Juca e a serpente do rio"; "O Sapo e a princesinha" e "A casa do Coelho". No dia 24 (esse domingo) tem a segunda apresentação na Lagoa e em julho apresentamos no CCBB dentro do evento de Férias. Apresento ainda nesse mês a contação "Idas e Voltas" com as histórias "João por um fio", "Ida e Volta" e "Mamãe é grande como uma torre" e a contação "Fábulas Africanas" com quatro contos etiológicos que abordam as origens e o comportamento de determinados animais, segundo alguns povos tradicionais africanos. Por que a girafa não tem voz? Por que o macaco vive no galho e o coelho vive na toca? Por que o morcego só voa de noite? E por que a garça fica apoiada em uma perna só? Histórias extraídas dos livros:  "Histórias Africanas para contar e recontar", "Contos populares do Brasil" e " O papagaio que não gostava de mentiras".
     Em julho tem "Às Crianças Mortas" (texto de minha autoria inspirado na "Menina da caixa de fósforos" do Andersen)  no Festival Niterói em Cena que vai de 4 a 8 de julho. Em breve confirmo a data da minha apresentação. Seguindo o mês retorno a Campos pelo SESC apresentando parte do meu repertório e depois relembro "A Vida de Pedro Cem" que conta a vida de um rico comerciante português (contada em versos em "Vaqueiros e cantadores" de Câmara Cascudo) no Instituto Moreira Salles. Preparei essa história originalmente para a exposição Lusa - a matriz portuguesa no CCBB em 2008. "Vida vai, vida vem sem igual a de Pedro Cem/ Vida vai, vida vem, como Pedro não tem ninguém..." Aguardo vocês!

17/06 - Era uma Vez... / Local: Aqualume (Lagoa Rodrigo de Freitas)/ 17h
23/06 - Idas e Voltas / Local: Livraria Argumento Barra (Rio Design)/ 11h
24/06 - Idas e Voltas/  Local: Livraria Argumento Leblon/ 11h
24/06 - Era uma Vez... / Local: Aqualume (Lagoa Rodrigo de Freitas)/ 17h
30/6 - Fábulas Africanas/ Local: SESC Madureira/ 15h

4 a 8/7 - Às Crianças mortas/ Local: Niterói em cena (Teatro Mun. de Niterói)/ 19h
11/7 - Programa Estação Brincadeira/ Rádio MEC/ 9h
14/7 - O Chapéu do Gabriel - repertório/ Shopping Boulevard - SESC Estand Empresa/ 17h
21/7 - A Vida de Pedro Cem/ Local: Instituto Moreira Salles/ 17h
28/7 - Era uma vez... / CCBB-RJ/ 16h

Fotos no Instituto Moreira Salles - 5 de maio de 2012

Alguns bons momentos vividos no último sábado no IMS na Gávea. A contação é Idas e Voltas. Mais detalhes na postagem anterior.

Agenda de Maio

A agenda de maio chega com atraso, mas ainda em tempo. Nesse mês eu reestreei a contação "Idas e Voltas" no Instituto Moreira Sales, na Gávea. Nessa contação criada em 2008 para o CCBB- educativo eu apresento 3 histórias: "Ida e Volta" de Juarez Machado, "João por um fio" de Roger Mello e  "Mamãe é Grande Como Uma Torre" de Brigitte Schar e Jacky Gleich. Nessa reestréia apresentei o novo painel de João por um fio feito pela Emabrinq (http://www.emabrinq.com.br/) que constrói maravilhosos objetos, cenários, sonhos de pano. O grande amigo Túlio, um excelente músico, me deu a honra de me acompanhar e ainda abri a contação com o poema "Bernardo" de Manuel de Barros presente no livro "Fazedor de Amanhecer" com ilustrações de Ziraldo. Bem, essa já foi. Quem não viu só poderá ver as fotos que aliás foram muito bem tiradas pela Sylvia Marques (www.sylviamarques.com.br). Agora o que tem pela frente:
Nos dias 15 e 17 tem a reestréia no museu Villa Lobos em Botafogo do espetáculo "O Brasil de Tuhú" que escrevi no ano passado para o 49. Festival Villa Lobos. Nele dois contadores e dois músicos contam, cantame tocam a vida do maestro. Dessa vez não estarei em cena. O amigo Sérgio Somene está me substituindo ao lado de Rebeca Queiroz. Os músicos são Joana Queiroz (clarineta) e Beto lemos (violão e violoncelo). Já no fim do mês estarei na livraria Argumento coma contação "O Homem de Açúcar", uma antiga e divertida lenda chinesa sobre dois irmãos muito diferentes. Lao Er era pobre, trabalhador e honesto e Lao Da rico, orgulhoso e ganancioso. Lao Er por uma distração durante o trabalho acaba lambuzado de melado da cabeça aos pés e é preso por um duende que o considera um homem de açúcar. Lao Er consegue fugir levando com ele um tambor mágico do duende. O invejoso Lao Da vai atrás do duende para também roubar um tambor mágico, mas é enfeitiçado por ele dependendo da ajuda do irmão para ser salvo.
Não percam!    

AGENDA:


Dia 5 - Idas e Voltas - Instituto Moreira Sales - 17h


Dia 15 - O Brasil de Tuhú - Museu Villa Lobos - 15h


Dia 17 - O Brasil de Tuhú - Museu Villa Lobos - 15h


Dia 26 - O Homem de Açúcar - Livraria Argumento Barra (Rio Design) - 11h


Dia 27 - O Homem de Açúcar - Livraria Argumento Leblon - 11h

http://www.escolaparque.g12.br/noticias/1204242/index.htm

MARATONA NA SEMANA LITERÁRIA

Foi muito boa essa experiência de fazer 4 sessões seguidas na Gávea no dia 20 e 5 sessões seguidas na Barra no dia 27. Uma superação física e uma oportunidade incrível de levar reflexão, diversão e informação através da contação de histórias para os jovens da Escola Parque.
Obrigado a todos que compartilharam comigo esses momentos!

AGENDA DE ABRIL

Fala galera! Vou começar a inserir no blog algumas das minhas adaptações e histórias autorais. Já publiquei o Moitará. Abaixo a minha agenda de abril onde só dá história de índio lembrando o dia 19 de abril.


20 - Semana Literária Escola Parque (Gávea) - O Homem da Cabeça de Papelão/ Áfricas
21 - Livraria Argumento Barra (Rio Designer) - Lendas Indígenas - 11h
22 - Livraria Argumento Leblon - Lendas Indígenas - 11h
25 - SESC Madureira (Biblioteca) - Lendas Indígenas - 14h30
27 - Semana Literária Escola Parque (Barra) - O Homem da Cabeça de Papelão/ Áfricas



Aguardo vocês!

MOITARÁ

Há muitos e muitos anos, não existiam supermercados, farmácias, padarias e nem loja de brinquedos. As pessoas plantavam e criavam animais para poder comer, elas faziam seus remédios com plantas da natureza e faziam também os próprios brinquedos.

Há muitos e muitos anos não existia também o dinheiro. Não existia lugar pra comprar, então pra que existir dinheiro? Mas como será que as pessoas faziam? Não dava tempo pra plantar todas as coisas: batata, cenoura, tomate, alface, abóbora, banana, laranja. Nem pra criar tantos animais: galinhas, porcos, bois, carneiros... e ainda fazer remédios, ferramentas e brinquedos.

O que fazer então se você só tinha batatas e precisava de leite? Ou se você só tinha brinquedo e precisava de remédio? Ah, as pessoas trocavam as coisas entre elas: batata por leite, remédio por brinquedo, ovos por laranja e assim por diante. Desse modo, todos tinham o que precisavam. Os índios também faziam assim. Aliás, eles fazem até hoje, numa festa conhecida como Moitará. Vocês querem conhecer o Moitará?

 

Ah, êh, êh,êh!

Moitará, Moitará!

É noite escura na aldeia. Todos os índios dormem. Lá longe a coruja pia  ̶  uh, uh, uh  ̶ , a água do riacho corre por perto  ̶  chuááá  ̶ , as folhas das árvores balançam com o vento  ̶  fuuuu.

É noite escura na aldeia. Todos dormem. Menos Irerê, um menino, ou melhor, um curumim. Irerê está com os olhos abertos. Não consegue dormir pensando no Moitará, a grande festa de troca que vai acontecer no dia seguinte. Irerê levanta da rede e caminha para fora de sua oca – a casa de seus avós, seus pais, seus irmãos. Caminha sem fazer barulho  ̶ shhhh  ̶ para não acordar ninguém. O ar frio toca seu corpo e o faz arrepiar  ̶ brrrrr. Irerê olha o céu azul escuro, olha para a lua branca lá longe e pensa no Moitará e em todas as coisas que ele vai trocar no dia seguinte.

Ah, êh, êh, êh!

Moitará, Moitará!

Vamos trocar mandioca!

Vamos trocar uma canoa!

Vamos trocar peixe bom!

Vamos trocar arco e flecha!

Em outra aldeia, não muito longe dali, todos os índios também dormem. A coruja pia bem perto  ̶ uh, uh, uh  ̶ , a água do riacho corre não muito longe ̶  chuááá ̶, as folhas das árvores balançam com o vento  ̶ fuuuu.

É noite escura na aldeia. Todos dormem. Menos Iara, uma menina, ou melhor, uma cunhatã. Iara também está com os olhos abertos e, assim como Irerê, não consegue dormir. E por quê? Porque Iara também pensa no Moitará. Mal pode esperar a hora de ir para a grande festa de troca no dia seguinte. Então, Iara levanta da sua rede e caminha para fora da oca – a casa de seus avós, seus pais, seus irmãos. Caminha sem fazer barulho  ̶ shhhh  ̶ para não acordar ninguém. O ar frio que tocou o corpo de Irerê também toca o corpo de Iara e a faz estremecer  ̶ brrrrr. Iara olha para o mesmo céu azul escuro, para a mesma lua branca lá longe e pensa no Moitará e em todas as coisas que ela vai trocar no dia seguinte.

Ah, êh, êh, êh!

Moitará, Moitará!

Vamos trocar guaraná!

Vamos trocar uma peteca!

Vamos trocar bela pena!

Vamos trocar maracujá!

Irerê de um lado. Iara do outro. Os dois índios olham pro céu e sonham acordados. O céu já não é mais tão escuro. Já começa a clarear. O sol traz o dia, chega manso, devagar, no sopro do vento  ̶  fuuuu  ̶  , no barulho do riacho  ̶ chuááá ̶ , no som dos bichos da floresta, da coruja  ̶  uh, uh, uh  ̶ , da arara  ̶  arara-arara  ̶ , do macaco ̶  uh uh ah ah  ̶  e da cobra  ̶  fssssss.

O dia que vai surgindo é dia de festa. Irerê e Iara, cada um em sua aldeia, pensam em tudo que vão levar para o Moitará: mandioca, canoa, peixe e arco e flecha, guaraná, peteca, pena e maracujá! E imaginam ao mesmo tempo as coisas que vão trazer.

Irerê! Irerê! O canto do pássaro é como o seu nome. O canto do pássaro anuncia a manhã! Então, o menino curumim suspira profundamente e caminha pra sua rede, vai dormir um pouco antes da grande festa. Iara faz o mesmo. É hora de descansar.

Ah, êh, êh, êh!

Moitará, Moitará!

Acorda maloca

É hora de trocar!

Acorda maloca

É hora do Moitará!

Mas pobre curumim, pobre cunhatã. Perdem a hora. Acordam apressados, lavam o rosto na água do riacho, pegam suas coisas e correm pra festa. O dia que chega é um presente e uma festa da vida. O calor do amigo Sol esquenta o corpo e o coração. Durante a festa, em meio a tanta gente, Irerê encontra Iara, Iara encontra Irerê. Irerê troca mandioca pelo guaraná. Iara troca a peteca pelo arco e flecha. Irerê troca sua canoa pela bela pena de Iara. E Iara troca seu maracujá pelo peixe bom.

Os dois ficam muito felizes com suas trocas e voltam para as suas aldeias com as novas coisas. Mas Irerê e Iara trocam algo mais naquele dia. Algo que eles ainda não sabem o que é ao certo. Só depois de muitas luas e sois é que saberão que tinham trocado os seus corações.

Irerê – Iara, Irerê - Iara

Irerê – Iara, Iara – Irerê!

O Moitará é a adaptação do conto "Irerê", de Cláudia Hlebetz, que por sua vez é inspirado no ritual do Moitará das tribos do Xingu. A história acompanha o brinquedo Caixa da História, produzida pela Emabrinq dentro do projeto Histórias de Crianças. Inicialmente, preparei essa história para o Grupo Pequenas Mãos do Centro Cultural Banco do Brasil – Educativo que desenvolve ações voltadas para crianças de três a seis anos. Posteriormente a adotei em meu repertório estreando-a na Festa Literária de Santa Tereza  ̶ FLIST, no Parque das Ruínas, em maio de 2011 . Abaixo o link. http://www.youtube.com/watch?v=fvmaj5kx844

O CHAPÉU DO GABRIEL - LIVRO DE VIAGEM

Entrega do "O Chapéu do Gabriel - livro de viagem" para as amigas Vitória e Marisa a quem eu também dediquei o livro. Este é resultado final da Bolsa Funarte de Circulação Literária que permitiu que eu percorresse 8 cidades em 2011 com contações de histórias, oficinas e encontros com contadores locais.

SESC CAMPOS - Mostra de Contadores de História - 27 de janeiro

Participação festiva das crianças do projeto Lara (Lar de Acolhimento Respeito e Amor).

Instituto Moreira Sales - janeiro de 2012

Após a contação a farra com a criançada.

Muito bom contar no Moreira Sales. Ambiente aconchegante e público participativo.

AGENDA DE JANEIRO DE 2012

ÁFRICAS - Instituto Moreira Sales - dia 14 às 17h

ÁFRICAS - CCBB educativo - dia 20 às 16h

ÍNDIA, JAYA, JAYA - CCBB educativo - dias 21 e 22 às 17h

ÁFRICAS - SESC Campos - dia 28 às 11h