domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Chapéu do Gabriel na Mídia
Estudantes de Quissamã participam de contação de história

 
Fonte: Macaé News (www.macaenews.com.br)


Contando histórias pela estrada a fora, o Projeto Chapéu do Gabriel, viabilizado pela Funarte – Fundação Nacional das Artes, passou por Quissamã contando histórias e pesquisando peculiaridades locais. Nesta segunda-feira (21/02), aproximadamente 200 alunos da rede municipal de ensino até o terceiro ano de escolaridade, participaram da contação, realizada no Cine Quissamã.
Utilizando recursos como bichinhos de pelúcia, instrumentos musicais e muita irreverência, o contador de histórias Gabriel Sant’Anna fez o público dar boas gargalhadas, se divertir e aprender um pouco mais. Autor de livros como “Toninho Passarinho”, “Palhaço Nariz Azul” e “Lino Tem Medo de Escuro”, Gabriel conta com a parceria do ilustrador Ângelo Miguel. “Esse projeto prevê apresentação em 8 cidades, sendo que em todas elas, pesquisamos histórias locais. Em Quissamã, já visitamos centros culturais, a Fazenda Machadinha e com certeza teremos histórias para nosso livro de registro”, revelou Gabriel.
Quissamã foi a segunda cidade visitada e além da garotada, os professores também aprovaram o trabalho. “Admiro muito as pessoas que se dedicam a contação de história e com tanto talento. É fantástico ver a forma com a qual através das brincadeiras é reforçado os valores importantes para a cidadania”, afirmou o professor da Escola Municipal Felizarda Maria da Conceição Azevedo, Bruno Novaes.
Também participaram do evento, as escolas municipais Maria Ilka de Queirós (Santa Catarina), Maria Elza Cunha Carneiro da Silva (São Miguel), Sementes do Futuro (Canto da Saudade) e Tânia Regina de Paula (Alto Alegre).
Por : Ascom PMQ

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SEGUNDA VIAGEM - QUISSAMÃ:
Terra fértil entre o rio e o mar.

E então vieram 7 capitães
Encontraram os índios
E viram que um deles era diferente.
Não era um índio.
Era um negro.
Negro de nação.
Negro da África.
O que fazia ele aqui?
Ninguém sabe.
Ninguém soube.
Nem mesmo os 7 capitães
(homens que tudo sabiam ou pensavam que sabiam).
Talvez o naufrágio de um navio negreiro.
Talvez outro motivo qualquer.
Uma só palavra o negro repetia e não cansava de repetir.
Um apelo,
Talvez um lamento:
- Kisama! Kisama!
Evocava, clamava o africano.
- Me leva de volta! Devolve meu chão!
Soava Kisama desespero.
E gravava a palavra nas pedras deste lugar.
E batizava essa terra com o nome da sua.
E fundava uma África dentro de nós.
                                                                                           20-2-11
Contação no Cine Quissamã para 163 crianças da rede pública de Quissamã.

O Cine Quissamã faz parte do Centro Cultural Sobradinho, um antigo casarão construído em 1870, que já funcionou como sede do cartório e dos correios da cidade, foi restaurado e transformado em centro cultural.

ÁFRICAS

ÁFRICAS


"O Homem da cabeça de papelão" - de João do Rio.
Contação de Histórias para professores e alunos do ensino médio.


Eu e meu amigo e fiel escudeiro Angelo Miguel à sombra de um baobá.

Os baobás, embondeiros, imbondeiros ou calabaceiras, como também são conhecidos é uma árvore nativa da ilha de Madagascar na África. Ele chega a alcançar alturas de 5 a 30m e até 11m de diâmetro do tronco. Destaca-se pela capacidade de armazenamento de água dentro do tronco, que pode alcançar até 120.000 litros. Alguns têm a fama de terem vários milhares de anos, mas como a sua madeira não produz anéis de crescimento, isso é impossível de ser verificado: poucos botânicos dão crédito a essas reivindicações de idade extrema.
Oração ao Baobá

Óh, árvore ancestral!
Óh, benção de Olorun!
Céu e terra unidos por ti.
Corpo transcedental
Suas raízes são tentáculos sagrados
a conectar nossas vozes ao infinito,
ao colo de Deus.

Baobá és rei na floresta.
Nossa casa,
Nossa água,
Nosso corpo,
Nossa alma.

Baobá degredado,
És só na terra do Pau Brasil.
De ti fizeram algoz.
De ti fizeram dor.
Grilhões que ferem nossa pele
Cravados fundos em ti.

Colado meu corpo ao teu
Somos um só.
Só um
Ser de luz.
Sangue e seiva
a pulsar em nossas veias.
A nos lembrar que estamos vivos
E que vivos seremos eternamente.

20-2-11
Lembrança feita ali na hora com flores de Baobá e folhas de Palmeira, por Jonathan do Museu Casa Quissamã 

Encontro com contador local Maycon Elioberto que contou a história do Sobradinho com um livro de pano confeccionado por ele e pelos alunos.
Espaço Lazer e Cultura na Praia de João Francisco - Quissamã - RJ




PRIMEIRA VIAGEM - CARAPEBUS:
relativo ao peixe carapeba.

Contação no Assentamento 25 de março

Parceria com projeto Arca das Letras
O objetivo do programa é promover a leitura e levar conhecimento às comunidades rurais. Ele oferece arcas de madeira com aproximadamente 230 títulos de literatura e pesquisa em saúde, educação, meio ambiente, agricultura e conhecimentos de cidadania, entre outros

Mulher de assentamento
É feita de pedra
E de tempo

5-2-11


Fábulas Africanas - o macaco e o coelho


Cobra que bebe leite
Tem paladar apurado.

Aprecia teta de vaca,
Degusta peito de mãe.

Sié, si num é, num seio!

5-2-11


Presentes trazidos de Carapebus: 1 abóbora, 2 graviolas, 3 cajús, 1 queijo curado e um bocado de manga.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Histórico do Chapéu

Contação para crianças e mães da Mais Brasil


E esse Chapéu deu muitas voltas... Passou pela Caravana Petrobrás da Cultura e viajou do norte ao sul do Brasil com uma trupe de artistas circenses; passou por diversos projetos da Prefeitura do Rio ("Ciranda de Histórias", "Paixão de Ler", "D. João VI no Rio", "Ateliê de Histórias para jovens") incentivando a leitura e apresentando a linguagem ancestral da contação de histórias; passou pelo Simpósio Internacional de Contadores de Histórias e encontrou outros chapéus; passou pela Bienal do Livro do Rio onde viu que tem mais livros no mundo do que formiga; passou pela roda de histórias dos Tapetes Contadores no delicioso "Pé de moleque pede palavra" e encontrou companheiros de jornada que abriram e abrem quinhentas portas por dia e passou e passa pelo Educativo do CCBB – RJ onde recheia cada vez mais esse chapéu de histórias...
Em 2010, foi um dos projetos contemplados pela BOLSA FUNARTE DE CIRCULAÇÃO LITERÁRIA, que visa levar projetos voltados para o campo da literatura aos municípios menos favorecidos e que fazem parte dos TERRITÓRIOS DA CIDADANIA. O objetivo principal é divulgar a arte de contar histórias e colaborar no processo de incentivo a leitura através da apresentação de lendas indígenas, fábulas africanas, contos tradicionais brasileiros, contos clássicos de Andersen, além de contos fantásticos de João do Rio e Antonio Di Benedetto.
E em 2011 a jornada começa...

ABRIÇÃO


"Oh, de casa! Oh, de fora! Pode vir, pode chegar minha porta está aberta..."


Quando eu era pequeno eu morava n´uma cidade pequititinha e voltava sempre sozinho pra casa depois da escola. Da escola o que mais gostava era das histórias e sonhava em ser um contador de histórias, mas eu era muito tímido e também não conseguia guardar as histórias na minha cabeça. Um dia voltando pra casa sozinho ouvi alguém me chamar: Gabriel! Olhei para um lado, pro outro e não vi nada. Continuei andando quando ouvi de novo: Oh Gabriel! Levei um susto. Era nítido o meu nome. Uma voz grave e forte o pronunciava. Olhei pra um lado, pro outro, pra frente, pra trás, pra cima, pra baixo e nada. Não via ninguém. Continuei andando - agora um pouco mais rápido -  quando ouvi de novo: Oh Gabriel! Olhei pro lado e vi um velhinho muito pequeno, mas muito pequeno mesmo, desse tamaniquinho aqui, tão pequeno que não chegava nem no meu joelho (E lembrem-se que nessa época eu também era pequeno). Espantado eu olhava pro velhinho sem conseguir me mexer. Ele olhou no fundo dos meus olhos e disse: Oh, Gabriel ! Apesar de pequeno ele tinha um vozeirão!
-         Você gosta de histórias?
Não consegui responder, mas a cabeça disse que sim.
-         Você quer ser um contador de histórias?
Fiz um esforço:
-         É claro, mas eu não posso. Não consigo...
Ele me interrompeu.
-         Então vou te dar um presente, mas jamais se separe dele.
E o velhinho enfiou a mão no pequeno bolso da calça, enfiou o braço, depois a cabeça e quase somiu dentro do próprio bolso. Quando saiu trouxe com ele um chapéu amarelo e disse:

-         Dentro desse chapéu tem todas as histórias do mundo. Coloque-o na cabeça e comece a espalhar histórias por onde passar.
Peguei o chapéu e antes que pudesse agradecer o velhinho tinha sumido.... Nunca mais o vi, mas sabia que meu destino estava traçado. Eu seria pra sempre um contador de histórias.