"Dizem que eu cuspo sangue e que logo morrerei. Não, não! São borboletas vermelhas!"
Desço na antiga estação.
Vejo uma praça,
Uma igreja
E também um casarão.
Morros ao redor...
- Paro, olho, escuto.
E vou além!
Na memória
Desse povo
(ou seria imaginação?)
Subo o morro da mijada,
Com cuidado pra não escorregar.
Visito a cachoeira amorosa.
Evito, contudo, um mergulho.
Ali a crença é maior do que explosivos.
Da garapa não chego perto,
Muito mais a meia noite.
Mas por sorte ela só existe agora
Nos sonhos de todos (ou melhor dizer pesadelos?)
Coitado do Cibidinho,
Que ignorou a recomendação,
Do estouro da bicicleta
Quase morre do coração.
E a alimentar a crença
Estava a prefeita menina,
Com suas áboboras e mamãos
virados em caveira,
Seus lençois brancos,
Suas tranças de alho,
A estopa e a querosene
A espera do susto que vinha fácil
Ajudado pelo rico imaginário.
E imaginando eu parto saudoso.
Retorno a estação e pego meu "trem azul"
Levando na minha bagagem
As trovas gaiatas de Iaiada,
Os sabores acolhedores de Dona Lucinha,
A compania de Érica,
As recordações e conselhos de Dona Luzia, mestra de todos,
E os sorrisos, os carinhos, os corações dessa gente verdadeiramente hospitaleira.
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