Doce gente grapiúna*
Doce como o cacau,
Doce como o cupuaçú,
Doce como o cajá,
Doce como a cocadinha recheada.
As memórias estão nos seus olhos.
As palavras transbordam das suas bocas - todas verdadeiras:
- Cuidado com a caipora! Ela trança crina de cavalo branco.
- Peça licença menino, se quiser entrar na mata!
- Cuidado com a mula! Olha o homem do saco!
E a mulher de Sete Metros,
Que diabo é isso?
E por falar no danado, como não crer nele, (mais do que no divino)
Se tem tanta gente crescida cum um cramulhãozinho de estimação.
- Me ajude aqui Paulo! Procure aqui! Perdi meu capetinha.
De minha parte só vi lagosta e siri em garrafa de cachaça,
Mas também vi Dona Maricota
Nos ólhos de José Delmo
(E todas as suas rugas
Tantas quantas a sua idade,
Tantas quantas as histórias que sabe contar,
Tantas quantas as estrelas do firmamento).
E vi ancestrais benzedeiras
Nos olhos de Jocélia
(eterna menina que gosta mais de gente do que de chocolate).
E vi também outra menina
Nos olhos de um menino.
Ela perdera seu anel de ouro.
Ele a buscar seu tesouro.
E eu - menino também -
Comi mais uma cocadinha
E lembrei da infância de um dia.
A doce idade das maravilhas!
*ave de cor preta ou azul escuro que vive a beira d´água. É como se chama o povo do sul da Bahia. |
Oi, Gabriel!!!
ResponderExcluirNão sabia que vc tinha blog! Passei a te seguir e a continuar admirando seu trabalho. A diferença é que, agora, posso passar pra frente também... rs
Beijos e sucesso sempre, de Sant'Anna pra Sant'Anna!!! =D
Poli
www.coisinhasdatiapoli.blogspot.com